Criar bons títulos é crucial, pois a primeira impressão é a que fica – ou pelo menos é a melhor maneira de atrair novos visitantes para o seu site.
Há quem diga que a primeira impressão é quase sempre equivocada, pois as pessoas precisam de mais tempo para poder tomar decisões e fazer julgamentos. Contudo, não é isso o que apontam os estudos sobre o padrão do consumidor:
De acordo com Rick Nauert, psicólogo e pesquisador do Texas, EUA, mesmo que existam fatos que desmistificam a primeira opinião formada, é extremamente complicado mudar de ideia sobre algo, ou alguém, após a primeira impressão ter sido estabelecida.
Fato é que, especialmente no marketing digital, quando um cliente estiver buscando por conteúdo, ele tentará identificar um primeiro objeto que sirva de referência para o assunto geral do tópico. Se ele já não gostar deste primeiro contato, dificilmente acessará o conteúdo em questão. Em 99% das vezes, não irá acessar.
Por isso, criar bons títulos – mas não só eles – é crucial para a conversão dos seus conteúdos e anúncios. Então, bora aprender como fazer?
O que faz um título ser bom?

Antes de qualquer coisa, é preciso entender que as regiões cerebrais responsáveis pelas emoções exercem um domínio sobre nossa mente em relação à razão, na maior parte do tempo. Somos racionais sim, mas acima de tudo emocionais.
Logo, o segredo é focar nas emoções dos seus clientes para conseguir fazer com que eles tomem as ações que você deseja. Nesse sentido, já temos uma primeira referência do que pode ser um bom título: ele deve ser capaz de chamar a atenção e despertar emoções positivas. Veja no exemplo a seguir:
Exemplo de título normal: “Aprenda uma parte interessante da história do Brasil”
Exemplo de título emocionante: “Aprenda uma parte crucial da história do Brasil”
A simples troca de uma palavra/expressão por outra gera um impacto nos sentimentos, com muito mais força, certo?
De maneira simples, podemos pensar que ‘’interessante’’ é algo comum, sem muito impacto. Muitas coisas podem ser interessantes, mas quantas pessoas pagariam caríssimo por algo meramente interessante? Pouquíssimas? Nenhuma?
Agora quantas pessoas pagariam um alto valor por algo crucial? Muitas? Todas?
Esta é uma forma prática de testarmos a força das nossas palavras. Execute esse teste mais vezes para saber se os títulos que você criar estão tendo um bom impacto no seu cliente.
“Quer dizer então que basta colocar expressões emocionantes para criar bons títulos?”
Não, há também outros de altíssima importância.
Clareza e simplicidade
Quando falamos de títulos, normalmente nos referimos aos títulos de artigos. No entanto, tudo o que falarmos aqui também serve para os títulos de campanhas de anúncios.
Diversos redatores e gestores iniciantes caem no erro de complicar o título demais no início porque querem ser “conteudistas”. Querem, em 60 caracteres, descrevem todos os assuntos possíveis que o seu artigo/produto irá abordar.
Porém, o efeito causado, geralmente, é contrário: seu cliente lê tanta informação que não consegue achar o foco e reter informação alguma.
“Menos é mais”. Esta frase é a chave do segredo para o minimalismo e isto se aplica na criação dos seus títulos também. Quanto menor a quantidade de palavras necessárias para descrever o tópico principal de maneira que desperte a curiosidade, melhor.
Outro erro que baixa a conversão e retenção dos artigos e anúncios é o uso excessivo de palavras cultas e complicadas. Redatores e gestores muitas vezes vêm adaptados do meio acadêmico e esquecem de pensar no público-alvo. Assim, acabam utilizando palavras que cerca de 30% ou 40% do público sequer vai entender sem pesquisar em um dicionário online.
Título complicado: “Os mais imprescindíveis produtos do seu nicho”
Levemente simplificado: “Os mais relevantes produtos do seu nicho”
Bem simplificado: “Os melhores produtos do seu nicho”
Está vendo como a menor diferença muda muito a conotação? O segundo exemplo é utilizável, no entanto o primeiro não.
Já o terceiro, em termos de capacidade de atração, é o melhor de todos, pois é direto, simples e inclusivo: não importa o público, todos conseguem ler, entender e ter base para decidir se clicam ou não.
Não cometer quebra de expectativas
Como dito no início, as pessoas gostam daquilo que foge do senso comum, por isso é importante causar emoções impactantes.
Contudo, às vezes, principalmente quando o assunto é escrita persuasiva, os criadores de conteúdo vão longe demais e falham em criar bons títulos.
Exemplo impactante: “Aprenda a falar inglês em um mês!”
Poxa, apesar de causar a sensação de descrença no leitor, especialmente se ele(a) nunca estudou uma língua estrangeira, é bem possível que dê para acreditar no conteúdo e clicar para conhecer mais. No entanto:
Exemplo exagerado: “Aprenda a falar inglês em um dia!”
Aqui há uma quebra de expectativa direta: “aprender a falar inglês” é uma frase poderosa… Mas em um dia?
Nem morando no exterior isso não é possível. E sim… É possível encontrar títulos assim por aí.
E lembremos: nosso assunto aqui é a quebra de expectativas que um título chamativo possa gerar. Ou seja, seu título já tem que ser um pouco maior que a oferta do seu produto para atrair cliques, e o conteúdo tem que “dar seus pulos” para que a quebra de expectativa não seja grande demais e garantir que pelo menos 90% do prometido no título seja possível.
Por isso, se você já oferecer demais no título a ponto de quebrar expectativas antes mesmo do cliente clicar… Bom, você estará cometendo erros que comprometerão suas campanhas.
Estímulos a partir de Gatilhos Mentais

Os estímulos através de Gatilhos mentais são utilizados nos títulos para que os cérebros dos leitores recebam impulsos para tomar certas decisões. Eles são criados a partir de associações com boas memórias e sensações, sendo muito importantes na hora da conversão.
Todas as pessoas são influenciadas por gatilhos, de modo consciente ou inconsciente. Não em todas as ocasiões, mas na maioria delas. É necessário muita auto-consciência para não se deixar levar.
Existem vários tipos de gatilhos, mas abordaremos 3 muito utilizados que irão te ajudar a criar títulos melhores.
Gatilho da Prova Social

São utilizados para tornar um negócio/produto mais popular. Afinal, as pessoas tendem a seguir, acompanhar e ter interesse por aquilo que é bem visto aos olhos das outras pessoas.
Exemplo: É sexta-feira à noite e um grupo de amigos resolve sair para passear, pois estão em uma cidade que nunca visitaram antes e querem conhecer o local. O tempo passa e a fome começa a bater, então eles encontram dois restaurantes e precisam escolher em qual irão jantar.
Se o restaurante A estiver vazio e o restaurante B estiver com muitos clientes, qual deles você acha que eles irão escolher?
A impressão transmitida é a de que o restaurante B é superior em qualidade ao A, não concorda? Pode ser até que não seja, só que o julgamento mental não é baseado na realidade, mas sim na percepção dela. No caso, o restaurante B atraiu os amigos por conta da PROVA SOCIAL. Em outras palavras: por ter vários clientes, enquanto o outro não recebia praticamente nenhum, o restaurante B se fez parecer melhor.
Exemplo de título
Agora vamos a um exemplo de título: Como a empresa X faturou 10 milhões em 6 meses.
Você está tendo a chance de descobrir o que foi necessário para faturar tudo isso. É a grande chance da sua vida, não?
Outros exemplos
O público elege X como o melhor ator de todos os tempos.
Ao ler este artigo, você concorda e vai verificar os motivos que levaram essa decisão, ou discorda e vai buscar informações sobre o critério utilizado para a análise.
No entanto, há um argumento com o qual você concorda: o ator X é um ótimo ator. Afinal de contas, o público o elegeu como o melhor, não é mesmo? Você pode não achá-lo o melhor, mas não nega o fato de que ele seja bom.
O gatilho da prova social é considerado o mais potente de todos, pois sempre temos exemplos práticos para provar e atestar a qualidade do produto/negócio.
Gatilho da Escassez

“As pessoas só dão valor depois que perdem.” Concorda com essa frase? A teoria de criação de títulos tende a concordar.
O gatilho da escassez desperta a sensação de urgência: ou você toma sua decisão rapidamente ou perderá uma grande chance.
Os psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky foram os precursores nos estudos de decisões comportamentais humanas e contribuíram para a conclusão de que preferimos NÃO PERDER algo do que GANHAR.
As pessoas têm mais medo de perder 50 reais do que vontade de ganhar os mesmos 50. Dá para acreditar?
Isso acontece pois o medo de perder eleva os estresse mental, e por essa razão conseguimos conduzir os leitores quando levamos a sensação de que a falta de uma ação os levará à perda.
Exemplo de Gatilho de escassez
Exemplo de título com gatilho de escassez: “Garanta seu Curso de Inglês Avançado pela metade do preço SOMENTE HOJE!”
A oferta tem uma duração limitada. Portanto, o processo de decisão precisa ser tomado de maneira rápida, fazendo com que pensemos pouco e passemos a agir pela emoção.
Outra possibilidade é: “Entenda o que está perdendo ao não investir em X”
Ao ler isto, sinto que a cada dia estou perdendo uma oportunidade. Você não?
Existem diferentes formas de causar a sensação de urgência, mas todas elas funcionam da mesma forma: apele para a emoção do seu cliente e o “pressione” a comprar.
Não é uma boa estratégia para relacionamentos de longo prazo, portanto deve ser utilizada com sabedoria e moderação.
Gatilho da Novidade

Existe algo mais curioso do que algo que ninguém sabe? Se você ficar sabendo de antemão, está na frente de 99% da população… Não dá vontade de saber agora mesmo?
Quantas vezes as pessoas estão quietas em uma roda de amigos, com o assunto já meio morto, até que chega alguém dizendo “gente, vocês não sabem da nova!?”.
Automaticamente, os olhares se voltam para a pessoa com a novidade a ser contada e uma maré de expectativas se cria.
O gatilho da novidade sempre foi poderoso, mas está ainda mais a cada ano que passa. Isto porque cada vez menos a informação é escassa, e mais difícil é ser o único detentor de um conhecimento.
Por isso, quando chega alguém com um novo método, te dizendo que quase ninguém sabe dele, não há como não ficar interessado.
Exemplo de título com gatilho da novidade: Método novo ensina a passar em vários concursos públicos.
– “Empresa sai do 10.000 ao 1.000.000 com estratégia revolucionária.’’
Um título, apesar de pequeno, é repleto de caracteres que não indicam o tópico principal. Logo, há partes nele que são menos interessantes do que outras.
Por isso, o seu leitor, antes de ler o título inteiro, irá escaneá-lo para identificar o tópico principal:
Dois exemplos:
– Conheça a história do homem mais rico do mundo
– Conheça a História do Homem Mais Rico do Mundo
Títulos iguais, mas o de baixo é mais legível. Você concorda?
Isto porque as principais palavras estão destacadas e chamam nossa atenção. Em um título sem destaque, não sabemos onde olhar.
Fora o fato de que temos a tendência de achar títulos mais atrativos quando eles possuem letras maiúsculas. Herança da escola, talvez? Confira o exemplo:
– Conheça a história do homem mais rico do mundo
– Conheça A História Do Homem Mais Rico Do Mundo
Porque não destacar todas as palavras
Se todas as palavras estão destacadas, logo nenhuma está. Certo? Não tem nada de diferente entre uma palavra e outra estruturalmente falando. No entanto, quando o assunto é títulos, o destaque da inicial da primeira letra das palavras agrada o olhar e torna os títulos mais atrativos.
Contudo, não é indicado usar a técnica de destacar todas as letras em todo o tipo de ocasião. Na verdade, o mais adequado é usá-la para aplicar técnicas de marketing digital. Isto porque há um tom mais informal subentendido entre leitor e escritor.
Se usarmos esta estratégia para um portal de notícias, por exemplo, nossos textos aparentarão ser suspeitos e não tão sérios… Com um toque comercial demais.
Portanto, tenha em mente que a melhor estratégia é destacar somente as principais palavras em termos de legibilidade, mas talvez essa estratégia não seja tão chamativa estaticamente.
Se quiser escrever em um meio informal, o ideal é adotar todas as letras iniciais maiúsculas. Já se está escrevendo para um canal formal, apenas comece a frase com letra maiúscula e siga a norma do português culto.
Como criar bons títulos na prática?

Criar bons títulos não vem da noite para o dia! Apesar de você ter conteúdo para melhorar os seus títulos, daqui há um mês, se você relê-los, com certeza terá ideias melhores e mais plausíveis para o seu público-alvo.
Por isso, além de praticar, é crucial que você comece a observar todos os títulos em que clica com o senso crítico ativo.
- “Esse título me cativou?”
- “Qual aspecto nele mais me chamou a atenção?”
- “Tem uma mensagem única ou é igual aos outros?”
- “Qual o gatilho utilizado aqui?”
Ao escrever, pense sempre no seu público-alvo e nas intenções do seu artigo e da sua chamada: os verbos que utiliza no início também têm muito poder! “Aprenda”, “Entenda”, “Conheça”…
Além disso, assim que seus textos e anúncios começarem a gerar cliques, experimente mudar os títulos para ver como ele performa com diferentes possibilidades. É o que chamamos de testes AB. Você tem no mínimo duas opções e fica observando as métricas para ver o que funciona melhor.
Por fim, acompanhe o Cursana e tenha sempre mais conteúdo sobre marketing digital acessível a você.