Briga de casal não é novidade nenhuma, para quem já possui experiência em relacionamentos. A convivência entre pessoas de diferentes hábitos, questões de fidelidade e confiança, assim como limitações de liberdades, não são situações fáceis.
Saber lidar com essas discussões acaloradas ou não é uma tarefa que irá testar tanto a paciência quanto a maturidade do casal.
Escondido entre os motivos causadores de briga, está o “financeiro”. Brigas relacionadas às finanças do casal podem ocorrer em todos os casos mencionados anteriormente e em muitos outros.
De presentes e lembrancinhas para familiares até o planejamento de um futuro distante, o compartilhamento da renda familiar e a administração das finanças do casal é um dos maiores geradores de brigas e discussões, sendo, assim, o tópico que vamos conversar hoje.
Como evitar brigas por conta das finanças do casal? Como gerar um equilíbrio nos custos? Essas e muitas outras perguntas serão respondidas a seguir. Acompanhe!
Finanças do Casal: Por que os casais brigam por dinheiro?


Normalmente, quando um casal se forma, não se pensa no custo que jantares, passeios, contas básicas, educação, investimentos e outras despesas podem ter.
Os casais ainda não unidos estavelmente rarissimamente dividem os custos, mantendo suas vidas privadas saudáveis e separadas. Quando uma união estável se inicia, reduzem os segredos, os mistérios e o desconhecido.
Dois cidadãos, que antes eram acostumados a ter seus próprios orçamentos, sendo unicamente responsáveis pelos seus próprios custos, fazem um contrato implícito, não externalizado e não metodicamente pensado e acordado, de compartilhar a responsabilidade pelas finanças do casal.
Obviamente, como dificilmente um dos membros propõe uma conversa minuciosa sobre finanças do casal antes dos problemas financeiros começarem a aparecer, uma série de expectativas se forma na cabeça de cada um e as brigas nada mais são do que resultados das divergências de idéias entre parceiros.
Manias sutis como pequenas compras (doces e bebidas) podem fazer a diferença no orçamento e começar a gerar estresse silenciosamente.
As brigas costumam estourar quando a situação financeira aperta e algum membro, se não ambos, se sentem injustiçados por estarem arcando com maior parte das contas e/ou estarem usufruindo menos da renda familiar do que o outro.
Conversar sobre dinheiro as vezes é um tabu entre casais e o tópico só surge quando o “copo já está transbordando”, gerando, muitas vezes, grandes brigas que podem vir a ser definitivas para alguns casais, que deixam de existir.
Vamos abordar a seguir os motivos mais comuns para brigas de casal detalhadamente e como evitá-los. Já adiantando: Não há segredo algum. “Comunicação” é a chave para todas as respostas e devemos sempre buscar ser honestos (as) e diretos (as) com os nossos (as) parceiros (as).
Consumismo


Antes de nos relacionarmos com outra pessoa, possuímos hobbies, necessidades e até alguns vícios, que pesam no nosso bolso, mas como são gastos para nós mesmos, não nos importamos já que iremos aproveitar os benefícios que essas coisas trazem.
Em vida de casal, os gastos individuais podem ser problemáticos de acordo com a renda do casal e o custo proporcional da necessidade de consumir.
Se o casal possuir uma renda pequena, mesmo as menores manias, como um chocolatinho por semana, uma pelada todo domingo de manhã, um produto de beleza de marca ou a cervejinha do fim de semana.
Todas essas “necessidades”, que quando solteiros éramos acostumados a gastar sem pensar muito, podem acumular estresse no parceiro quando a grana estiver curta.
Não pense, porém, que casais com um maior orçamento estão livres dessa: consumir marcas grandes, comprar em excesso, gastar demais no hoje sem pensar no amanhã são problemas que afetam as finanças do casal seja em qualquer nível de classe social.
A partir do momento em que se vive em casal, o ideal é estabelecer objetivos e limites para que quando formos fazer uso do “bom senso” na hora de decidir se iremos comprar algo a mais ou não, tenhamos sempre uma referência objetiva do que esse “a mais” significa e se é realmente válido arcar com o custo de mais uma despesa estando consciente sobre o objetivo conjunto do casal.
Foco e objetivo em conjunto
Imaginemos que o objetivo conjunto do casal é pagar o ensino superior para um dos integrantes do par: “Quero comprar um vídeo game novo.
Tô afim de jogar aquele lançamento…, mas pera! Não dá.
Estamos com as parcelas da facul a partir do próximo mês. Vai ter que ficar para uma próxima.” Ou o objetivo do casal é trocar de carro: “Que vontade de trocar de TV! Olha essa promoção! Não aguento mais olhar a novela das 9 e a minha série favorita naquela TV pequeninha.
Vou usar o cartão… Espera! Estamos economizando para o carro, né!? Não é hora.”
Quando se tem objetivos em comum preestabelecidos, mesmo que uma vontade súbita, fortíssima, surja instigando todos os nossos sentidos a comprar aquele item que nada mais é do que um luxo, mas que ainda assim ficamos muito tentados a comprar, a nossa consciência tem chances muito maiores de falar mais alto e nos impedir de cometer uma compra por impulso.
Infidelidade Financeira


Este tópico tende a causar menos brigas do que o anterior por ocorrer em segredo.
Infidelidade financeira nada mais é do que as compras que fazemos às escondidas, seja porque queremos evitar discussões sobre se deveríamos ter comprado algo ou não.
Entretanto temos vergonha do que compramos e não queremos que mais ninguém saiba sobre este produto secreto, ou até mesmo motivos mais pesados que podem estar relacionados a problemas patológicos referente aos nossos hábitos como esconder e mentir sobre as coisas.
Deixaremos o último caso para especialistas, nos focando nos motivos mais leves que podem ser facilmente resolvidos.
Devido a característica omissa que a infidelidade financeira tem, as brigas geradas por este tópico tendem a ser maiores, apesar de menos frequentes, e seus resultados tendem a ser mais catastróficos, acabando com relacionamentos de vez.
Assim como a infidelidade no casal, a surpresa gerada é enorme e a sensação de traição, apesar de menos intensa, é real. Logo, a maneira mais eficiente que possuímos para lidar com este problema é exatamente igual a maneira como lidamos com o tópico “traição”.
Comunique-se
Comunique-se bem e não deixe que aconteça. Muitas vezes pensamos que o nosso parceiro pode “ser meio chato com essa história de dinheiro” e queremos evitar ao máximo as discussões “bobas”.
O que não percebemos neste tipo de situação é que, mesmo que tenhamos razão e o nosso parceiro seja exagerado, ao comprarmos certos itens sem o consentimento ou consciência dele/dela, estamos ignorando e tentando passar por cima da opinião alheia.
Quanto mais relevante para o orçamento do casal o produto é, maior a necessidade de consultar o parceiro para fazer a compra.
Tente explicar os motivos, demonstrar a necessidade, argumentar sobre a efetividade: tente convencê-lo que o produto tem importância como você acredita que ele tenha.
Para que o casal possa existir saudavelmente, mesmo que as opiniões ainda sejam adversas, um dos lados tem que ceder.
Se você costuma ser mais racional em suas decisões, tente abrir mais o seu coração nos momentos de discussão e tente enxergar a utilidade sensível que algo pode ter para o seu parceiro;
Se você costuma deixar as emoções comandarem as suas decisões, tente conter seus impulsos e usar mais a lógica em momentos de adversidade. Para convencer, ou pelo menos gerar aceitação em seu parceiro, muita empatia será necessária.
Discordância sobre investimentos


Vocês se lembram do programa de TV, “Castelo Ra-Tim-Bum”? Pois é! “Senta que lá vem história.” Se o assunto é “como utilizar o dinheiro”, não tem outra opção:
Devemos dialogar o máximo possível para tentar chegar a um consenso no fim da conversa, que agrade, nem que seja minimamente, ambas as partes.
Reformas na casa, investimentos no currículo, férias dos sonhos, troca de veículo, entre outros.
Independentemente da opção, ambas as partes do casal devem enxergar a importância e os benefícios e topar, de coração, que um investimento em específico vire a prioridade. Lembra o que falamos sobre empatia no tópico anterior?
Se você costuma deixar as emoções comandarem as suas decisões, tente conter seus impulsos e usar mais a lógica em momentos de adversidade.”
Esta é uma máxima que você deve seguir para todo o tipo de discussão, na verdade.
Dificilmente um casal não irá se relacionar bem se ambas as partes se esforçarem para entender um ao outro.
Como Dividir as Finanças do Casal


A transição da vida de solteiro, ou de somente unidos por um “namoro simples”, para a vida de casal que divide o lar, requer alterações na administração da renda de ambos os indivíduos. Alguns casais preferem manter tudo à parte, mas o que seria melhor, o dinheiro do casal junto ou separado?
Alguns acham melhor cada um com a sua conta, cuidando dos seus próprios gastos. Já outros preferem mergulhar de cabeça no relacionamento e compartilhar totalmente a renda, afinal de contas formam uma família e pensam que “o que é de um é do outro também”.
Apesar da segunda opção parecer ser mais problemática por parecer “compromisso demais”, normalmente casais que usam essa maneira de administração da renda familiar conversam mais sobre as finanças do casal e sentem mais responsabilidade na hora de fazer compras.
Além disso, os casais que mantém sua renda a parte, tendem a criar um tabu sobre o tópico “dinheiro”, e comentários sobre os gastos do outro podem gerar muito descontentamento devido a ideia de “intrusão” que pode ficar no ar.
A verdade é: mesmo que um casal venha a manter sua renda a parte, o vínculo e a dependência de um com o outro existe, mas esta estrutura de relacionamento pode mascarar este fato, gerando até mesmo brigas com mais frequência.
Nada de extremos
Também, não existem somente os dois extremos: “ou compartilha tudo ou compartilha nada”.
Muitos casais compartilham as contas proporcionalmente ao que ganham, conversam sobre quem irá gastar aonde e ambas as partes se sentem no papel de opinar sobre os gastos do outro.
Caso o seu relacionamento seja mais parecido com a configuração: “cada um no seu quadrado”, procure abrir mais espaço para a discussão e a inclusão do seu parceiro(a) em suas despesas e peça para que você possa opinar nos hábitos de consumo dele/dela também.
Assim, o casal será mais unido e menos sujeito a brigas tanto por assunto financeiros, mas também a brigas em geral, por estarem se comunicando melhor e também aliviando o estresse que brigas por dinheiro podem causar.
Dicas Finais


Como mencionamos anteriormente, não há segredo! A comunicação é a chave para tornar e manter o seu relacionamento saudável. Mesmo que tome tempo, conversas e discussões são necessárias para a vida em casal dar certo.
No meio a tantas aberturas para conversar e tentativas de convencer o par através de argumentação, você vai precisar de muito autoconhecimento para se sair bem. Resumiremos dicas e recapitularemos alguns conceitos para consolidarmos as reflexões sobre a melhor forma de pensar e organizar as finanças do casal.
Seja paciente com seu parceiro:
Dentro de uma família, ninguém toma atitudes para te prejudicar. Mesmo que a maneira com a qual o seu par se expressou faça parecer que ele está sendo a pior pessoa do mundo, ele não teve essa intenção ao se pronunciar. Respire fundo e tente mais uma vez.
Defina objetivos em comum:
Nada melhor do que metas claras para manter nossas consciências exercitadas, cientes de que temos que poupar em gastos menores em nome de um bem maior, já acordado com o seu par. A criação de uma planilha finanças casal pode ajudar a organizar.
Mantenha o equilíbrio na divisão de despesas:
Tornar os gastos do casal proporcionais a quanto cada membro ganha individualmente é uma maneira de diminuir a sensação de “injustiça” que a rotina pode acabar causando na vida de um casal.
Respeite o espaço do próximo:
Mesmo que sua configuração financeira seja de compartilhamento total de renda, indivíduos são indivíduos. Deixe a possessividade de lado e tolere alguns gastos do seu parceiro que o fazem bem e não pesam tanto assim no orçamento. Se quiser contestar algo, o faça da maneira mais respeitosa o possível. Tudo faz parte de um crescimento mútuo e essas dicas podem ajudar muito a mostrar como organizar as finanças do casal.